É tentador chamar “Vezena do...” a qualquer cidade em qualquer parte do Mundo que seja atravessada por pontes e canais e onde naveguem pequenas e tradicionais embarcações (não temos nós, em Aveiro, também, a nossa Veneza portuguesa?). Suzhou é conhecida como a Veneza Oriental, mas tem encantos próprios que fazem com que a comparação com a cidade italiana seja absolutamente desnecessária. Afinal, não era o próprio Marco Polo... um veneziano?
É certo que atravessar de barco a parte antiga da cidade, aproveitando os momentos de sombra proporcionados pelas pontes centenárias (não arrisco o “milenares”, apesar do aspecto bastante usado de algumas), e saboreando uma agradável cerveja local, com nome sugestivo, a fazer lembrar relaxing times de outro filme, é uma experiência única e merecedora por si só de uma visita a Suzhou. Mas percorrer as estreitas e iluminadas ruas melodiosamente salpicadas por concertos de música clássica chinesa e lojas tradicionais, sentindo cheiros e cores diferentes que já deixaram de surpreender mas continuam a maravilhar, conferem a harmonia necessária ao passeio de fim-de-semana.
Suzhou é ainda uma cidade de jardins que, sem a espectacularidade do West Lake de Hangzhou, se tornaram um bom complemento para a primeira excursão efectuada na companhia do pequeno grupo que ficou conhecido como “a traineira algarvia”. Juntar um farense, um olhanense e um louletano na província de Jiangsu se não é inédito é, de certeza, no mínimo, um acontecimento raro! A traineira algarvia navegou sem problemas nas águas calmas dos canais de Suzhou e terminou a expedição com um inesperado corridinho à hora de almoço, a fazer lembrar os bons velhos tempos da tia Anica de Loulé!