quarta-feira, 26 de setembro de 2007

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Os polícias virtuais...

... Ou um eufemismo para censura. Adiante, alguns excertos de um artigo do jornal de referência China Daily - jornal generalista chinês, escrito em língua inglesa:

Two "virtual" police officers will start surfing the net from Saturday to help combat pornography and other illicit activities (...)
They will be on the watch for websites that incite secession and promote superstition, gambling and fraud (...)
"It is our duty to wipe out information that does public harm and disrupts social order" Zhao Hongzhi, deputy chief of the bureau's Internet surveillance center, said. (...)
"The virtual police officers will faithfully fulfill their duties, listen to the suggestions of netizens and protect them from harm", Zhao said.

PS: E eu continuo sem acesso, entre outros sites, a blogs, mas sempre atento às novas formas de contornar o problema (sendo que algumas dessas formas vão sendo descobertas e... censuradas! Para proteger o cidadão chinês desses terríveis vícios ocidentais, claro)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Outras impressões de Macau

Já tinha ouvido falar, há muitos anos atrás curiosamente, de uns spider-man que existiriam em Macau e que utilizariam as suas habilidades para fins menos honestos que o original da banda-desenhada, e que, devido a isso, muitos moradores seriam forçados a colocar grades nas janelas e varandas das suas casas. Não sei se estes artistas continuam a existir e, caso ainda existam, duvido também que sejam um exclusivo de Macau.

O que é certo é que as grades existem mesmo e alguns dos cenários que criam não deixam de impressionar.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

terça-feira, 11 de setembro de 2007

A ilusão de um breve regresso a casa

Ruas cujos nomes fazem sempre sentido, restaurantes que incluem bacalhau e caldo verde na ementa e a, maravilhosa e única, calçada portuguesa são apenas algumas das pequenas coisas que fazem de uma visita a Macau algo de especial para um português. Isso e os casinos, claro.

Surpreendeu-me, por um lado, o património histórico muito bem preservado, a fazer lembrar o centro histórico das mais bonitas cidades portuguesas, e, por outro, o facto de poucas pessoas saberem falar o idioma dos colonizadores. Quer dizer, confesso que esta última não foi bem uma surpresa, uma vez que já muita gente mo tinha dito. Aquilo de que não estava mesmo nada à espera era que conduzissem pela esquerda. Contingências de ter um vizinho chamado Hong Kong, presumo.



segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Coisas que também acontecem na China

O meu pai, acérrimo defensor da teoria de que nada se deve poisar sob pena de ser deixado esquecido para toda a eternidade, deixou, precisamente no último dia da sua estadia chinesa a pequena mala de cintura onde tinha carteira, máquina fotográfica e, ainda mais importante, passaporte, no restaurante japonês onde tomámos o último almoço em Shaoxing. Nada de excepcionalmente grave pensámos. Mas estávamos errados.

Vinte minutos passados no restaurante conversando com empregados e, poucos, clientes foram adensando uma atmosfera kafkiana em que estranhamente ninguém fazia ideia do paradeiro da mala que o meu pai, juraria a pés juntos se se recordasse de como o fazer, havia deixado pendurada no braço da cadeira apenas alguns mintos atrás

Ingénuo, recusei-me a acreditar que um dos empregados a teria escondido. Este tipo de coisas não aconte na China. Não é fácil explicá-lo, mas há um misto de ingenuidade e subserviência que caracteriza os empregados chineses em geral, que simplesmente afasta a hipótese de que teriam o desplante e coragem de roubar os pertences de alguém. Estrangeiro, ainda por cima.

Começo a desconfiar do casal de clientes que saiu pouco depois de nós termos voltado para buscar a mala enquanto ligo para o consulado de Xangai para receber notícias pouco animadoras sobre o tempo necessário para conseguir um novo passaporte e visto. Eu já perdi as esperanças de encontrar seja o que for e o meu pai vai ter direito a mais uma semana de férias na China. Penso na mala como um custo afundado. Agora preocupo-me apenas em como mandar o meu pai de volta para casa o mais depressa possível.

É preciso uma declaração da polícia e as esperanças que tinha perdido de encontrar a mala do meu pai reaparecem quando sinto o olhar nervoso da empregada ao ser confrontada com o meu pedido para que chame as autoridades. Afinal nada está perdido, basta insistir que se chame a polícia imediatamente até que, por milagre, a mala volte a aparecer, com o conteúdo intacto.

Foi simultâneamente um alivio e uma sentimento de raiva e desolação... até porque era um dos meus restaurantes preferidos.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Coisas que só acontecem na China

Regressar de Hong Kong tarde com os meus pais e irmã e contratar, a um dos muitos angariadores omnipresentes nas chegadas dos aeroportos, uma viagem, naquilo que até ao momento pensávamos que seria um táxi, para percorrer os cerca de 40 km que nos separam de Shaoxing.

Achar estranho quando o angariador/presumido-taxista-até-ao-momento nos encaminha para um dos balcões do aeroporto, de onde uma das senhoras nos acompanha até ao parque de estacionamento subterrâneo.

Esperar 5 minutos por um carro pequeno e velho. É uma viagem de meia-hora... que se lixe, sempre é melhor que ir de autocarro.

Ter que engolir o facto do condutor, de modos rudes e pouco amigo de conversas, nos levar por caminhos secundários esquecendo-se da moderna auto-estrada que liga o aeroporto a Shaoxing.

Escutar a minha mãe em pânico no banco de trás quando o condutor encosta numa berma escura num local que dificilmente poderia ser mais ermo, onde está já um carro parado à nossa espera.

Pressentir o meu pai em sobressalto quando reparamos que o carro que está à nossa espera não tem matrícula e que, para além disso, acaba de parar outro carro atrás de nós.

Engolir em seco e convencer os meus pais (e a mim próprio) que está tudo bem e que na China estas coisas são mesmo assim. Provavelmente, aqueles simpáticos senhores ainda acabariam a noite connosco a comer umas espetadas de poodle e a dizer poemas da dinastia Tang.

Efectuar o transbordo para o carro da frente, ao som dos gritos de uma menina sentada na estrada não muito longe de nós, tentando dominar o aperto que sinto no coração e nunca mostrando fraqueza perante a família assustada.

Prosseguir viagem na viatura sem matrícula pensando que se estivesse num país da América Latina, ou mesmo no meu, por esta altura algo de muito grave já teria acontecido.

Respirar fundo quando por fim chegamos a Shaoxing e pensar que na China estas coisas são mesmo assim.