quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Shangri-la, the city formerly known as Zhongdian

Uma cidade (re)baptizada com um nome que se passou a associar com um paraíso terrestre augura à partida um par de dias no mínimo interessantes. A primeira surpresa foi a quase ausência de turistas. Ou pelo menos das massas que se adivinhavam em mais um período festivo chinês.

Zhongdian é o início do mundo tibetano, “a flavour of Tibet if you can’t make it to the real thing” como dizia o guia do costume, e possibilita ao visitante (ou pelo menos a este) as primeiras férias da China dentro da própria China. A cidade velha é uma vila tibetana sorridente e bem conservada que, do alto dos seus mais de 3000 metros, convida o visitante a deixar-se relaxar ao sabor da cerveja local, carne de iaque e outras excentricidades que por estes lados são surpreendentemente bem toleradas.


Esqueço-me do plano inicial, se é que cheguei a ter algum, e deixo-me ficar, indolente, por alguns dias, perdido na vida tranquila deste mundo novo, calcorreando as ruas empedradas, absorvendo um pouco desse místico mundo budista nos fascinantes mosteiros locais e esquecendo-me por momentos do rebuliço da China moderna.

Mas a China moderna está à espreita. Os empresários do Oeste, impelidos pela acção de marketing governamental (o rebaptizado, leia-se) apressaram-se a investir nas actividades do costume e a descaracterização, aos poucos, vai-se começando a fazer notar.



As semelhanças com a Shangri-la de Hilton existem mas não são suficientes para imaginar a acção do livro neste local. Afinal, o que tornava Shangri-la tão especial era essencialmente a sua inacessibilidade, e 8 horas no pior autocarro da China, com paisagens maravilhosas a cada curva, estão ao alcance de qualquer mortal.


1 comentário:

Anónimo disse...

Já tinha saudades e as fotografias são lindas!