terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Números (Eu cá não sou supersticioso)

O que têm em comum os prédios e os recém-nascidos chineses? Ambos começam por 1. Isto é, os prédios não têm andar zero (ou rés-do-chão, em bom português) e as crianças quando nascem vêm logo com um ano. Aqui, usando as palavras de um chinês amigo, “zero is nothing”.

As vantagens deste sistema não são tão evidentes quanto os seus riscos. Se por um lado posso tdizer que moro no 8º andar em vez de no 7º - E na China quanto mais alto é o andar maior é o status – por outro as questões que envolvem a idade de consentimento são algo mais delicadas. Pelo sim pelo não, convém perguntar sempre a data de nascimento e não apenas a idade.

Para além do zero, que se terá perdido algures entre a Índia e a China, existem outros números que, apesar de serem reconhecidos como tal, são alvos de descriminarão. Falo essencialmente do quatro, que, devido à sua pronunciação ser muito parecida com a da palavra “morte” é um número de que todos os chineses têm pânico. Um apartamento num 4º andar é mais barato que um no 3º ou no 5º, pela simples conotação de má-sorte que tráz consigo. Alguns construtores chegam mesmo a eliminar o 4 dos seus edifícios, substituindo-o por 3A, por exemplo, para tentar menorizar o prejuízo.

Em sentido contrário, outros números, tal como oito, são associados a boa-sorte, também devido a semelhanças de pronunciação com outras palavras mais simpáticas. Apenas para dar um exemplo, os números de telefone que tenham muitos oitos são mais caros.

Eu, vivendo no apartamento 808, fui logo bafejado pela sorte assim que cheguei a Shaoxing. Por outro lado, o facto do meu número de telefone acabar em 4, dá-me direito a promoções nos carregamentos!

1 comentário:

Anónimo disse...

Que risada com este post, aqui, no nosso prédio também não há 0, o rés-do-chão é o 1º. Talvez tenha sido um chinoca o construtor. E moramos no 8º, poderei dizer que iremos ter sorte?!! Esperemos que sim. Bjs Lia