terça-feira, 30 de outubro de 2007

Momentos especiais

Snow Mountain Music Festival em Lijiang. Não podia haver melhor forma de terminar uma viagem intensa como foi esta. Até sempre.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Caminhando na Garganta do Tigre que salta

O que faz das viagens momentos tão especiais? Não querendo responder pelos outros e sabendo desde logo que as motivações para viajar podem assumir contornos muito distintos, admito-me a arriscar uma explicação algo simplista: Permitem-nos afastar-nos, ainda que momentaneamente, do nosso quotidiano e das nossas rotinas. E, normalmente, quanto mais afastamos a nossa mente desse dia-a-dia melhor conseguimos aproveitar o (quase sempre escasso) tempo que temos para conhecer outros lugares. Viajar é uma forma de libertação que não tem muitos paralelos na vida moderna, e sua importância na vida das pessoas é um case-study fascinante.

Pela minha parte, admito o desejo, por vezes pungente, de fugir física e mentalmente para algum lugar que imagino sempre melhor, onde me possa recriar de acordo com a paisagem e as pessoas que encontro.


Penso nestas coisa, e em outras similares, e em outras completamente diferentes, durante os dois dias de caminhada por uma das gargantas mais impressionantes do Mundo – a Tiger Leaping Gorge. Penso em quantas pessoas já terão perdido a vida por estes remotos caminhos, engolidas por um derramamento de terra ou perdidas para sempre devido a passo em falso. Penso que os poucos caminhantes que encontro pelo caminho são sempre estrangeiros enquanto os chineses preferem percorrer, de autocarro, a nova estrada de alcatrão lá em baixo junto ao rio. Penso que o Baijiou sabe muito melhor quando bebido a meio de uma montanha numa esplanada sobre uma garganta, observando os cumes de neve em frente e conversando sobre coisas como estas e muitas outras.

Quarto com vista para o mundo por 3€

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Shangri-la, the city formerly known as Zhongdian

Uma cidade (re)baptizada com um nome que se passou a associar com um paraíso terrestre augura à partida um par de dias no mínimo interessantes. A primeira surpresa foi a quase ausência de turistas. Ou pelo menos das massas que se adivinhavam em mais um período festivo chinês.

Zhongdian é o início do mundo tibetano, “a flavour of Tibet if you can’t make it to the real thing” como dizia o guia do costume, e possibilita ao visitante (ou pelo menos a este) as primeiras férias da China dentro da própria China. A cidade velha é uma vila tibetana sorridente e bem conservada que, do alto dos seus mais de 3000 metros, convida o visitante a deixar-se relaxar ao sabor da cerveja local, carne de iaque e outras excentricidades que por estes lados são surpreendentemente bem toleradas.


Esqueço-me do plano inicial, se é que cheguei a ter algum, e deixo-me ficar, indolente, por alguns dias, perdido na vida tranquila deste mundo novo, calcorreando as ruas empedradas, absorvendo um pouco desse místico mundo budista nos fascinantes mosteiros locais e esquecendo-me por momentos do rebuliço da China moderna.

Mas a China moderna está à espreita. Os empresários do Oeste, impelidos pela acção de marketing governamental (o rebaptizado, leia-se) apressaram-se a investir nas actividades do costume e a descaracterização, aos poucos, vai-se começando a fazer notar.



As semelhanças com a Shangri-la de Hilton existem mas não são suficientes para imaginar a acção do livro neste local. Afinal, o que tornava Shangri-la tão especial era essencialmente a sua inacessibilidade, e 8 horas no pior autocarro da China, com paisagens maravilhosas a cada curva, estão ao alcance de qualquer mortal.


quinta-feira, 11 de outubro de 2007

É oficial...

... Foram, até ao momento, 256 dias consecutivos a comer arroz.