quinta-feira, 7 de junho de 2007

Lentidão

O riquexó é talvez o meio de transporte mais característico da China. Apesar de já não ser possível encontrá-lo nas maiores cidades (confesso que não sei se por impossibilidade prática ou se por proibição legislativa), é ainda um meio de locomoção bastante comum em meios mais pequenos e, preferencialmente, planos. Tal como é Shaoxing. Apesar da proliferação de táxis, que normalmente existem em número superior ao dos carros particulares em qualquer cidade chinesa (ou pelo menos é essa a impressão que dá!), o riquexó vai sobrevivendo... por enquanto.



É muito mais lento que um táxi normal e provavelmente é também mais inseguro (se bem que as manobras dos taxistas chineses insistem em desmentir este último argumento). O preço é negociável e normalmente um pouco mais baixo que a bandeirada do Volkswagen Santana. Na maior parte das vezes não o suficiente para compensar a diferença na duração da deslocação num Mundo em que, cada vez mais, o tempo é dinheiro.


Pela minha parte, inicialmente avesso a viajar no atrelado de uma bicicleta, fui-me, pouco a pouco, rendendo à lentidão do riquexó e, embalado pelo ruído da corrente, fui percebendo que a forma mais rápida de deslocação entre dois pontos é quase sempre a menos interessante.

Num mundo em que a eficiência tecnocrata substitui aqueles que deveriam ser os valores mais importantes, as pessoas apressam-se de um lado para o outro numa frenética tentativa de “optimizar” o tempo, a mesma que as leva a querer visitar “o máximo de lugares possível” quando vão em viagem. Eu recuso-me a alinhar pelo mesmo diapasão e sempre que puder vou viajar de comboio em vez de avião, de riquexó em vez de táxi, e a pé, lentamente, vendo o dia passar, em vez de correr e esquecer o que há à minha volta.

4 comentários:

Anónimo disse...

Oi Paulo,
Parabéns pelo seu blog !
O próximo será no Brasil ?

Abraços !

Anónimo disse...

Estou a gostar muito do que estou a ler. De vez em quando la me lembro do mestre e venho fazer uma visitinha... Um grande abraço mestre.

Do teu sempre Novo Zé

Catraia_Sofia disse...

E cá continuo a ler e a conhecer pelos olhos de quem descreve.
;)

Anónimo disse...

Ainda há bocado a Pipoca e a Farófia diziam o contrário...De riquexó temos andado nós toda a vida...