Zhongdian é o início do mundo tibetano, “a flavour of Tibet if you can’t make it to the real thing” como dizia o guia do costume, e possibilita ao visitante (ou pelo menos a este) as primeiras férias da China dentro da própria China. A cidade velha é uma vila tibetana sorridente e bem conservada que, do alto dos seus mais de 3000 metros, convida o visitante a deixar-se relaxar ao sabor da cerveja local, carne de iaque e outras excentricidades que por estes lados são surpreendentemente bem toleradas.
Esqueço-me do plano inicial, se é que cheguei a ter algum, e deixo-me ficar, indolente, por alguns dias, perdido na vida tranquila deste mundo novo, calcorreando as ruas empedradas, absorvendo um pouco desse místico mundo budista nos fascinantes mosteiros locais e esquecendo-me por momentos do rebuliço da China moderna.
Mas a China moderna está à espreita. Os empresários do Oeste, impelidos pela acção de marketing governamental (o rebaptizado, leia-se) apressaram-se a investir nas actividades do costume e a descaracterização, aos poucos, vai-se começando a fazer notar.
As semelhanças com a Shangri-la de Hilton existem mas não são suficientes para imaginar a acção do livro neste local. Afinal, o que tornava Shangri-la tão especial era essencialmente a sua inacessibilidade, e 8 horas no pior autocarro da China, com paisagens maravilhosas a cada curva, estão ao alcance de qualquer mortal.
1 comentário:
Já tinha saudades e as fotografias são lindas!
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