quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

O transporte

A empresa onde trabalho fica em Paojiang, uma das zonas industriais de Shaoxing, que começou a ser construída em 2000. São quase 9 km desde a minha casa, em frente à estação de comboios, no limite norte do centro da cidade, até às nossas actuais instalações. Tenho duas alternativas para lá chegar. Posso apanhar o autocarro, que demora entre 20 e 30m. e me custa 0,20€, ou posso apanhar um taxi, que demora cerca de 10m, me deixa à porta, e me custa 2€. Normalmente opto pela segunda quando vou para o trabalho, de manhã, e pela primeira, quando regresso a casa, ao final da tarde. Uns chamar-lhe-ão comodismo, eu prefiro dizer que se trata de uma grande dose de sentido prático.

As nossas instalações temporárias

Para os recém-chegados, andar de taxi, já para não falar de andar a pé, pode ser uma aventura digna de registo. Eu ainda não consegui largar o vício de ir “travando” a cada manobra mais arriscada do condutor. Outros há que não conseguem deixar de se agarrar ao coração de cada vez que quase atropelamos um peão, ou de fechar os olhos sempre que o taxista entra em contra-mão. Pela minha parte, confesso que andar em contra-mão já se tornou tão habitual que até já deixei de “travar” quando isso acontece.

Esqueçam os Mercedes. Aqui os taxis são todos, uns mais recentes que outros, Volkswagen Santana

Esta semana, ao voltar para casa depois de ir jantar ao meu restaurante preferido, não resisti ao apelo do perigo e apanhei um taxi. Ao chegar à porta do meu prédio, já depois de ter pago a bandeirada e de me ter despedido do taxista, abro a porta do carro, com toda a descontracção possível, para apenas alguns milésimos de segundo depois a ver ser atingida, em grande velocidade, por um Toyota que nos ultrapassava (bem colado a nós, por sinal). Montou-se logo um grande aparato, chamou-se a polícia e apuraram-se as responsabilidades instantaneamente. Pelos vistos os procedimentos legais não são muito convidativos por aqui, pelo que normalmente se opta por resolver a questão no momento. Pelo menos é nisso que eu quero acreditar. Porque ou foi isso que aconteceu ou fui extorquido em 50€. Um preço que foi negociado, como quase tudo por aqui. Refugiei-me na minha ignorância e paguei, mas deixo aqui a pergunta aos amigos juristas: Tenho alguma responsabilidade sobre o que aconteceu?

Lembro-me que na primeira conversa que tive com um estrangeiro em Shaoxing, lhe disse que achava impossível passar 9 meses aqui sem ter um acidente. Só não esperava que fosse tão cedo.

8 comentários:

Anónimo disse...

Priminho,
Se fosse em Portugal, terias sido certamente extorquido. Mas na China nunca se sabe... Mas deixa lá, faz parte da aventura chinesa...e para a próxima olha bem para todos os lados antes de abrires a porta de um táxi!
Bjs da prima jurista.

RoH disse...

bem! isso é que é viver no limite! claro que a culpa é tua! quem te manda abrires a porta do carro para saires de lá de dentro? As pessoas normais saem pela janela, ou qualquer coisa parecida...
bj*

Anónimo disse...

A minha preocupação era a hepatite, a gripe das aves...agora a possibilidade de levares com um carro em cima!Nunca me passou tal coisa pela cabeça!E a extorsão, hem? Pelo que sei, valeu a boa negociação! Valham-nos os teus prestáveis amigos!

Anónimo disse...

Sugiro que se acrescente a caspa ao rol de preocupações citado. Admito que sempre me ralei com a saúde do teu couro cabeludo, e até acho que é isso que faz de mim teu amigo. Agora, também é certo que não me vou preocupar muito com esta história do táxi, até porque está na cara que se trata de ficção das mais brejeiras. Então mas o outro carro seguia a grande velocidade, bateu na porta e não a arrancou? E o teu braço, aquando do movimento de abertura da porta, não foi amputado pela viatura? Se sim, os meus pêsames, porque sei o quanto apreciavas jogar tetris. Se não, significa que a abriste, a partir do anterior, ao pontapé? Paulo, Paulo... a mim não me enganas! Foste assaltado por um travesti e tens vergonha de o assumir, não é?
Para terminar, só um reparo. Dizes no post: "Lembro-me que na primeira conversa", etc. Ora, o verbo lembrar tem de se fazer acompanhar, não de batatas ou esparregado, mas da preposição "de". Quando alguém se lembra, lembra-se DE algo, não se lembra ALGO. Substituindo "que na primeira conversa" por "algo", temos "Lembro-me algo", ou seja, está incorrecto. Como tal, e como são só duas letrinhas, coloca lá o "de", se faz favor.
Bem sei que deves estar a transpirar de raiva, mas combinámos que o alerta seria soado quando algum de nós fizesse "sujeira" com a língua portuguesa! Um abraço bem fresquinho, meu doce

Anónimo disse...

Quando impela a lei da selva é pleciso tel olhos na nuca...
Complal uma bicicleta que ainda pol cima nem sequel tem poltas...?
Vila-te é pala um heli...!!!

ardinario disse...

Então é assim que eles conseguem esse brutal crescimento económico... de 50 em 50 euros...

Anónimo disse...

Que coglione.....

Anónimo disse...

Então, tá com falta de inspiração ou falta de tempo? É que já estamos há uns quantos dias à espera de novidades do império do meio!