sexta-feira, 22 de junho de 2007

A cidade dos Jogos Olímpicos

Beijing, a histórica capital do império, prepara-se para mais um grande desafio, à altura dos muitos com que se deparou durante a sua longa vida.

Desta vez, não se trata da invasão dos vizinhos mongóis nem da aliança anglo-francesa, muito menos do ímpeto destruidor das brigadas vermelhas, mas sim da organização de um dos maiores eventos desportivos à escala mundial – os Jogos Olímpicos.

Neste enorme metrópole, já de si uma das cidades mais poluídas do mundo, a atmosfera torna-se quase irrespirável sob o peso do pó libertado pelas obras necessárias para a recepção do evento. E não se trata apenas de construir e remodelar infra-estruturas desportivas, mas também, de melhorar os actuais acessos e de restaurar o património histórico da cidade de forma a impressionar o visitante estrangeiro, já no ano que vem.

Para se ter uma ideia da dimensão do fenómeno, consta que todas as obras deverão estar concluídas até Dezembro deste ano, de forma a permitir que toda a poeira assente!

Contudo, um dos desafios que mais preocupa as autoridades chinesas, é o de saber se a população estará preparada para deixar uma boa imagem na comunidade mundial, uma vez que aqui o conceito de civismo é muito diferente daquele a que fomos habituados pelos nossos padrões ocidentais. Cuspir para o chão, arrotar e não respeitar passadeiras, por exemplo, são hábitos perfeitamente normais e aceitáveis, que a maior parte das pessoas não encara como falta de educação.

O Governo chinês já encetou uma campanha de sensibilização, para tentar minorar o choque cultural que se adivinha, incluindo a substituição de centenas de sinais públicos com traduções erradas para o inglês (o famoso “chinglish”).

Eu espero voltar antes dos Jogos, mas, pelo sim pelo não, aconselho a todos que esperem pelo menos até ao Verão do ano que vem se fizerem tenção de visitar a grande capital.

Adivinha-se uma tarefa hercúlea... mas não nos podemos esquecer que estamos a falar da mesma civilização que construiu uma muralha de sete mil quilómetros!

1 comentário:

Vic disse...

Paulinho,

As tuas cronicas estao sensacionais!!!
Ès o Fernao Mendes Pinto deste Milenio!
Um abraço forte e amigo!
VIC