Em Huangshang (Montanhas Amarelas) os cenários são como que retirados de um filme. Maciços rochosos que a Mãe-Natureza distribuiu de forma a maravilhar os olhos do visitante humano. Construções naturais que iluminaram poetas durante gerações e que inspiraram nomes de picos tão improváveis quanto Beginning to Believe ou Turtle watching the sea.
A aldeia no sopé da montanha
Beginning to believe
A democratização do Turismo tem o seu preço e os momentos de tranquilidade acabam por escassear, estando apenas acessíveis nos picos mais elevados. São as pernas que acabam por pagar o preço do capricho da solidão.
Por toda a parte os (poucos) visitantes estrangeiros são brindados com gritos estridentes de “La wei” (a forma menos simpática de dizer “estrangeiro”) ou com saudações de crianças que, impelidas pelos pais, se empurram para dizer “hello” àquele que é talvez o primeiro estrangeiro que vêem ao vivo. Mesmo um flash na nossa direcção provavelmente não será uma coincidência, mas sim uma forma de eternizar o rosto diferente que fascina o olhar oriental.
De resto, a curiosidade em relação aos estrangeiros é uma constante. Onde quer que se vá, principalmente nos meios mais pequenos, poucos são aqueles que se dão ao luxo de desaproveitar uma oportunidade de utilizar as poucas frases que conhecem em inglês.
Despeço-me das Montanhas Amarelas sem a certeza de ter encontrado aquilo que me procurava. Talvez quisesse apenas fugir um pouco da confusão que nos rodeia a todos cá em baixo.
3 comentários:
Já Zaratustra considerava a montanha alta como uma oportunidade de afastamente e de libertação do espírito.
Quanto mais elevado estás, mais próximo consegues estar de ti e do mundo.
Acredito que esse seja um óptimo local para reflectir mas, apesar das leves interferências, a solidão que por aí encontraste pode existir até no sítio mais barulhento.
(As fotos são deslumbrantes, mas a escrita é sublime!)
Ardinário e Paulo, vê-se mesmo que há aí um herança genética comum!
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