terça-feira, 17 de abril de 2007

Shenyang

De visita à quarta maior cidade da China, a primeira sensação que me invade é de que o presente deve muito à história milenar da importante região da Manchúria. Shenyang é uma cidade que, na sombra do seu passado imperial, se tenta reerguer das cinzas após décadas de ocupação e destruição.

Centro Urbano

Sob o domínio dos Japoneses durante o início do século passado e reconquistada pelos soviéticos no final da II Guerra Mundial, foi a partir desta região, “encravada” entre a Sibéria, a Mongólia e a Coreia, que o exército comunista liderado por Mao iniciou a conquista da China continental. E foi depois desta conquista que Shenyang se tornou o berço da industria pesada chinesa, importada quase em exclusivo do poderoso vizinho de cima. O paradigma produtivo não mudou muito e actualmente a cidade continua a ser o grande pólo industrial do Norte da China.
Mas Shenyang é também a antiga capital original do império Qing, a última dinastia imperial chinesa, e, entre a impressionante dimensão (e confusão) do seu pólo urbano, é ainda possível visitar alguns dos monumentos mais importantes dessa época.


Palácio Imperial

Beiling Park

O Palácio Imperial é o segundo maior da China, depois, naturalmente, da Cidade Proibida de Beijing, e os túmulos erguidos em honra dos seus reis impressionam pela dimensão e sumptuosidade. Apesar do papel pouco significante da religião na cultura chinesa, a tradição confere um papel de extrema importância à vida depois da morte (o exército de Terracota em Xi’an é o exemplo mais significativo e monumental desta preocupação), pelo que nenhum pormenor é olvidado na hora de escolher o local onde o imperador descansará no seu sono eterno.

Beiling Park

Beiling Park

Em Shenyang senti-me numa China diferente daquela que conhecia até agora. Mais pobre e cinzenta. Mais triste. Mas onde, apesar de uma abertura menor, se nota nas pessoas o mesmo dinamismo e optimismo que caracteriza os chineses do Sul.

Em Shenyang senti-me diferente. Mais diferente do que me tinha sentido até agora em Zhejiang ou em Xangai. Voltar a Shaoxing foi, pela primeira vez, uma sensação de regresso a casa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma sensação de regresso a casa...
Começo a perceber...quando voltares a Portugal, será por uma semana ou conseguirás aguentar-te duas semanas???

Anónimo disse...

Casa... expressão curiosa para quem, como disseste, viveu em 6 casas em 6 anos!

Abraço,
RC

PS: Céus, começo a ver como casa o horrível cubículo nas Amoreiras!

Anónimo disse...

Já me começo a interrogar se, quando chegar a altura, voltarás para esta casa... Parece-me que a China te vai albergar por mais algum tempo!
Lá teremos que te ir visitar! :)