Depois de me encontrar com o António em Kunming, seguimos para Xishuanbanna, no Sul de Yunnan. Foi a segunda vez que estive em Jinghong, a maior cidade do sul, mas desta vez fui com mais tempo para explorar os arredores. Ponderadas as opções, decidimos apanhar um autocarro ainda mais para Sul e de lá voltar a pé para Jinghong. Apesar de não ser o percurso mais original do mundo (quase todos os mochileiros que passam por esta região acabam por fazer algo do mesmo género), a verdade é que não vimos mais turistas durante os 3 dias em que andámos por lá, e a possibilidade de comunicar com os locais no seu idioma é sempre garantia de ter experiências mais autênticas.
As paisagens eram interessantes, apesar de algo monótonas depois de umas quantas horas de caminhada. O clima no Sul da China é tropical e notava-se que estamos na estação seca.
Chegámos à primeira aldeia por volta da hora de almoço e "convidámo-nos" para comer em casa de um dos locais. A etiqueta neste tipo de situações diz que se deve deixar uma pequena quantia em sinal de agradecimento ao anfitrião. Este, por sua vez, recusa duas vezes antes de acabar por a aceitar. Esta primeira aldeia tinha ainda a particularidade de grande parte das casas terem telhados azuis. Estamos a falar de uma aldeia para onde não existem transportes públicos, supostamente isolada da civilização, onde todas as construções são em madeira, mas onde saltam à vista os luminosos telhados azuis de alumínio.
Entretanto conseguimos descobrir que a empresa que foi contratada para construir a estupa local também tem no seu portfolio, imagine-se, todo o tipo de telhados, em várias tonalidades de azul. É a mesma história repetida vezes sem conta em diferentes latitudes: perde-se no pitoresco mas ganha-se no conforto. E desconfio que para os locais a escolha seja fácil.
Nesse dia, depois de almoço ainda arrepiámos caminho para a aldeia seguinte, na esperança de encontrar onde dormir.
Fomos dando de caras com alguns búfalos...
... e conseguimos chegar ao destino antes do pôr do sol.
Voltámos a "convidar-nos" para passar a noite em casa de alguns locais, e após quebrarmos o gelo inicial, acabámos por passar um serão bastante agradável, entre conversas sobre a vida e outras coisas e uma filmagem de um festival de minorias étnicas, recente, em que os Ha Ni Zu (a minoria maioritária nesta última paragem) também tinham estado presentes. Tivemos a sorte de grande parte da família estar ausente para comemorar o Ano Novo em outras aldeias e, como tal, haver ainda muito chão livre para estendermos a nossa manta e, depois de um dia cansativo, gozar um sono repousante, apenas interrompido a espaços pelo roncar do chefe de família.
2 comentários:
Tantas novidades...
Volto depois para ler tudo com calma!
bjs
Desta vez viajaste bem acomodado...
è bom saber que nem sempre dormes no chão!
Estou aadorar ler as tuas aventuras e a ver as fotografias.
Bj
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